07/03/2014

O holocausto que não terminou com a guerra

É comum eu ficar assustada ao ler algo sobre os horrores causados pela Segunda Guerra Mundial aos
milhões de judeus, negros, homossexuais e a todos aqueles considerados inferiores pelo regime nazista. No entanto, mais aterrorizada ainda fiquei ao saber que semelhantes sofrimentos aconteceram em meu país e foram impingidos a pessoas internadas no hospício da cidade de Barbacena, que por anos recebeu milhares de pacientes, a maioria sem diagnóstico de doença mental.

Muitas das atrocidades cometidas contra os pacientes do hospício estão registradas no livro-reportagem Holocausto brasileiro, escrito pela jornalista Daniela Arbex. Daniela reuniu entrevistas, fotos e dados para escrever a obra, que retrata a desumanidade praticada, durante grande parte do século XX, no maior hospício do Brasil, conhecido como “Colônia”, situado em Barbacena. Pelo menos 60 mil pessoas morreram entre os muros da Colônia. Em sua maioria, haviam sido internadas à força.

O livro agora será adaptado para a televisão, em documentário produzido pelo diretor de cinema Helvécio Ratton. As filmagens devem começar em maio deste ano, tendo como cenário principal a cidade mineira de Barbacena. Ratton já tinha feito documentário sobre o tema em 1949, intitulado Em nome da razão.

As páginas de Holocausto brasileiro me fizeram perder o sono nas noites que dediquei à sua leitura. Os relatos e fotos que vi não saíam da minha cabeça, e o pior era acreditar que tudo aquilo aconteceu de verdade. Acredito que o mais importante ao se conhecer essa história é que ela não deve ser repetida mais.

O livro é facilmente encontrado em livrarias da capital. E quem quiser lê-lo online é só clicar aqui

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